15.12.11

Meu mundo


 













Sou um Mundo dentro de mim
colho e semeio.
nem sempre o que colho vem da minha sementeira –
nem sempre o que semeio é colhido por mim.

de tantos pais e tantas gerações
dou por mim, filho de mim mesmo,
descalço
os outros já se recolhem em seus caminhos
os outros, são vultos de barcos escondidos
são retas imensas a tinta-da-china
linhas de horizonte – tracejadas.

o que me retém deixa-me acordado

Tenho dores destas palavras paridas
contraponto
de sabores que a boca não percebe
das coisas que quero dizer e não se descaem.
Sou o que sou e ainda mais o que ocupo
mas também sou o não sou
e o não - espaça
o tu e os teus nãos.

Culpo-me de cada desculpa que dou
para me culpar.
e este vazio é o vazio
assassino,
cúmplice das mordaças de bocas surdas
das vendas de olhos que já não se abrem
das cordas que atam e estropiam,
das flores em ramos de respostas devolvidas
de um mundo onde faço por partir.
Na amargura das decisões tardias.

É doce a minha escolha,
o corpo reflete, aceita
a estória é de amor e recontada, onde
a paz me visita
e me empurra ao minuto seguinte.
olho-te e nos meus olhos que o espelho devolve
segue um abraço e uma saca de viagem.

1 comentário:

Vanda Paz disse...

Tu és um mundo cheio de sentimentos, sentidos, caminhos e pensamentos...

Lindo este poema.

Beijo