27.7.11

De Ti











Não tenho memórias,
perdi-te,
lembro-me apenas do teu cheiro.
As memórias rasuraram-se
porque também elas
 se vão e dissipam.
permanecem nos traços e desenhos
reinventados
promessas nos olhos
com que espero o próximo
dia.
Da tua ausência,
deste estranho vazio que me enche
escolho, entre um drama e
a gargalhada
por onde recomeço
e donde chego
como falcão
desafiando os céus
amedrontando os medos
entre as águas rebentando
e o futuro a nascer.

... e no teu cheiro que permanece
fica este vazio tão cheio de ti