10.9.10

Faltas-me



Faltas-me
como o ar,

faltas-me
como a chuva

faltas-me
como o mar

faltas-me

e dói
como um fado
ao canto de uma esquina
triste
de lisboa
e dói
como as palavras
de despedida
e as das saudades
e dói
como um amanhã incerto
dois olhos negros, encovados
das crianças
dos gestos vagos
e chamo-te
no lado vazio
onde me cheira ainda a ti
na tua boca fechada
na tua inexpressão

faltas-me
e dói.

1 comentário:

Vanda Paz disse...

existem dores eternas, como a saudade daqueles que perdemos

muito bonito este poema