9.7.07

No findar da tarde


- No findar da tarde,
quando o sol se assenta
e as aves descansam
nos beirais mais baixos,
desprevenidas.
- No assomar da escuridão,
quando a brisa fulgia
me traz teu cheiro,
e as memórias
que a ausência disfarça
na visão de um ocaso
imaginado.
- Na garganta seca
nas palavras encravadas
onde estalam sons inauditos
rumores de beijos
nunca dados,
e o meu corpo retesado
imóvel
jazendo,
prova da tua falta,
causa do teu crime
carrasco deste coração.
- No findar da tarde
quando a cidade se despe
e ficam à janela
em camisolas de alça
os olhos de quem observa.
- No findar da tarde
antes que a noite me esqueça.

- É que me torno
o uivo de um cão abandonado
de um sonho
que se prendeu nas estrelas
cadentes
breves
é que me torno poeta de ti.

7 comentários:

Vanda Paz disse...

Maravilhoso este final de tarde

Beijo

PoesiaMGD disse...

Um fim de tarde melancólico mas muito suave!
Um beijo

[[cleo]] disse...

"A minha consciência tem para mim mais peso do que a opinião do mundo inteiro."
(Cícero)

E porque me sinto em falta...
E porque respeito e admiro
Quem também me respeita
E admira...
Estou aqui
Agora!
Retribuindo as palavras
Que me ofereceste há dias...
Porque se partilho algo de mim
É porque o faço com gosto
E é com gosto também
Que recebo o teu carinho
E o de tantos outros...
Poderei não vir hoje
Como de costume
Culpa do tempo
Que não me deixa...
Mas virei amanhã
Ou depois...
Sempre que posso!
E uma coisa te digo
Sempre que volto
E se volto e leio
É porque gosto!
E leio...
Não finjo que leio!

Hoje foi assim...
Amanhã voltarei para te Ler
E para te dizer
Se gostei
E o quanto gostei
Do que li aqui!

Um beijo

Anónimo disse...

No final da tarde ... no início da manhã, esta poesia faz todo o sentido.

Belíssimo, sinceramente. Li e reli!!!

"... É que me torno
o uivo de um cão abandonado
de um sonho
que se prendeu nas estrelas
cadentes
breves
é que me torno poeta de ti."


Um abraço, bom fim de semana
Mel de Carvalho
www.noitedemel.blogs.sapo.pt

sonhadora disse...

Desejo-te um bom fim de semana e deixo-te uma maré de beijinhos embrulhados em abraços.

Anónimo disse...

De quem muito te estima e admira...para todo o sempre...também eu queria ser poeta de ti.

Bjos no coração

Vanda Paz disse...

Gosto tanto deste poema

Beijos