16.3.07

São horas


foto de Nuno Ferreira

São horas de te querer,
horas do tempo
parar,
de nos termos
no trespasse dum olhar perdido,
na vaga vontade
de te tocar os dedos.
Já são horas
de esquecer o sabor doce
dos teus seios,
de me perder no meio das tuas coxas,
de beber dos teus olhos marejados,
quando por fim
explodes
no amor que sempre acontecia.
Já são horas
de erguer meu alforge
de carregar no meu ombro
a tristeza
de um adeus imenso.
São as horas
dos dias que nascem
para aliviar o passado
de caminhar por ti
sem te ter,
de te amar ao longe,
como fosses mar onde não estive.
Já são horas
de te voltar a querer.

3 comentários:

Anónimo disse...

São as horas
dos dias que nascem
para aliviar o passado
de caminhar por ti
sem te ter,
de te amar ao longe...

Já são horas
de tentar esquecer
de guardar o querer...

mil beijos
A.

Vera Carvalho disse...

Estas palavras explodem em vontade!Gostei do novo visual do blog!
Beijos

PoesiaMGD disse...

Horas... sabemos nós quando são horas de...? Podemos pensar que sabemos, mas são as horas que mandam em nós e nos dizem quando e o que querem que façamos! Belíssimo poema!
Um beijo