16.1.07

A noite

São horas da madrugada,
há um pássaro
louco e triste
cavalgando na lua.
Cada esquina tem
um companheiro
e cada silêncio
compra-se ao som da
solidão.
É noite,
cada ventre tem sombra
cada delírio, um sonho,
Há uma bica
esquecida e fria
onde navegam beatas
tristes, encharcadas de um poeta
sem sono.
Grito, às vezes…
sonhos que não se
desfazem.
Loucos, polícias
tristes e ingénuos
pedem a madrugada.
Há razões e sentidos
nas mãos dos noctívagos
vagueantes.
olhos solitários de rapina
ansiando o banco da avenida,
já ocupado,
e o leito que ficou por fazer
com as notícias da manhã.
Ali ao lado
a luz está acesa
e o linho do leito
desventrado
tem o perfume do amor
que a noite faz.
A noite embala e canta
inunda tudo,
cada vidraça, cada esquina;
até o mar se encheu da noite.
A noite não é já breu, escuro,
apenas nostalgia das diferenças,
apenas o que fica quando
o sol se vai,
e cada um tem de ir
mais longe, procurando,
somente procurando….

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