15.1.07

Madrugada

Quem dera fosse já a madrugada,
e o vento passasse devagar,
pelo sussurro das folhas
eu diria
a urgente instância de calar,
a força grande e sublime,
que torna as pontas dos meus dedos
mensageiros perdidos,
em teus cabelos,
que se moldam em doces leitos
dos meus beijos.
A noite adensa a liberdade
dos gestos, ternuras e desejos,
e faz a loucura se despir
brincando de novo de menina.
Estão nuas nossas faces, nossos olhos
gritam de mansinho
a melodia,
que lhe ensinámos há tempos
encostados
na varanda que dá
para o novo dia.
Faz-se noite a dentro, a noite escura.
o silêncio cobre a luz, dá-lhe magia;
faz de cada canto
uma figura
projectada em sombras,
histórias encantadas
que já ouvimos.
- E quando o Sol vem por fim beijar a madrugada,
Ela desprendida se debruça,
Nos olha, estejamos nós como estivermos –
Eternamente falando do nosso amor.

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