17.10.06

Retalhos das palavras

Porque os poemas são retalhos
Destas vestes que envergo
E da forma como as talho
E muitas vezes as carrego.

Nestes tempos da revolta
Sustenta-me o imaginário
Dum poema que se solta
Como folha de calendário

E cada palavra que escrevo
Faz parte do meu acervo
Dos sentimentos libertos

Em amores nunca contados
Perdidos e encobertos
Em livros nunca editados.

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