25.10.06

Qualquer lugar

Sento-me em qualquer lugar,
como se fosse
sempre o mesmo,
sabendo que irás passar
e que a minha pele
se arrepia
quando sinto teus passos,
teu chegar.
Os meus olhos salgam-se
abrem-se para te ver,
para me demorar
no teu rosto,
na tua expressão incontornável,
com que te construo
os poemas
que enfeitam meu sonho..
Espero-te
nas palavras que me trazes
faminto
dos teus gestos,
sedento
da tua boca
que sossega meus lábios
que apenas se acalmam
entregues nos teus.
E na espera que consome
minhas horas,
vergado ao peso da tua ausência,
saboreio as palavras,
guardadas no meu peito
que sei, um dia
escreveste só pr’a mim.

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