26.4.06

Despojos de nada

A solidão rasga o meu corpo,
Dilacera com a força do silêncio
As palavras que tento dizer.
Passo nos mercados que a vida oferece
E compro cada momento
Que me expurgue de mim.
A minha vontade cala-se
Apenas a mim próprio permitindo
Que me confesse.
Os segrados que o nosso leito
E nossos corpos calaram,
partiram contigo,
e no meu peito
ficou este coração velho e vazio
sem âncora
sem destino.
Das memórias breves
intensas, arrebatadas
despojos de nada,
sem ti.

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