26.4.06

As palavras




As palavras navegam pelos meus dedos,
Suaves,
Como a brisa que me abraça
E me desalinha os cabelos.

Não importa,
Nem sei se chove...
Se o frio me tolhe...

O rio corre sereno
O mar chama-o - provoca-o.
O luar lambe a maré vazia
Suavizando as feridas
Que o mar teima em trazer abertas.

Estou sentado no pontão
Guardador de horizontes
À espera - sentinela
Já nem sei de que guerra.

Sei apenas de ti,
Amor de uma vida,
Da tua falta,
Como barcos neste mar
E marinheiros lançando redes
Que tragam pão.

Sei apenas de ti,
Amor de todos os dias
Amante certa de todas as noites,
Sei apenas
Que só tu
Levantarás este sol que cresce
Abrindo a aurora da par em par,
E juntos à janela desta vida
Sorriremos,
Sentindo...
Que é bom o que sentimos...

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