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23.11.10

Na praia


No encontro

dos dois,

passos em paralelo

encontram-se as palavras,

o vento

descobre as janelas

solta os panos

levanta a poeira,

revela-se quando os rostos

se voltam

e nós revelamo-nos

nos gestos

nos olhos

no que dizemos

e no que resta

e se junta

na fadiga dos passos

mas a vida

fica sempre

mais junta

8.10.07

Derroto a minha derrota


Para a MJL - uma amiga das letras e do coração


Derroto a minha derrota,
quando fito os olhos
de quem me quer.
e nos teus dedos
repousa a força que faço
em me ter de pé,
e resistir ao vento
que traz desgraças e desventuras.
Sou pardal de um telhado
que não cobre as casas
onde habitam máscaras,
mascaradas de homens.
E nas horas em que me aconselho
a ser adeus
a ser ausência,
noto no ventre que cresce
como pares a esperança,
que depois me chama
e que já não posso largar.
Depois, vou contigo meu amor,
pelos dias chuvosos
com um sol debruado
num sorriso,
com que aqueço a tua boca
e te digo:
estou mesmo aqui,
estou por aqui,

7.2.07

Nesse lugar

Enviado por Claudia em 10/10/2006 para a Escrita Criativa

Não te movas.È aí...exactamente nesse sítio que eu quero me deitar e adormecer, diria, quase para sempre..."quase" porque lamentaria profundamente, embora adormecida em ti, perder a visão táctil e consciente do Ser que és aos meus trémulos sentidos.Se Deus criou o mundo...também te criou a ti...para mim.E é como se nada mais importasse, nem nada mais existisse...Para quê palavras...abraça-me apenas.

dos mais belos textos que a Claudia publicou...

Meu porto

Um terceto composto em homenagem ao sítio Luso-Poemas, onde participo regularmente


Faço desta casa meu porto
onde me acolho e abrigo
e os versos que transporto

são poemas que persigo
na vontade da partilha
onde me encontro contigo.

Lemos a mesma cartilha
abrimos a alma à esp’rança
largados da nossa ilha,

com coração de criança
amamos nossos poemas,
num rio que nunca alcança

a foz de todos os temas,
que nos fazem imaginar
palavras, sons, fonemas.

Descanso enfim o olhar
Descobrindo nesta tela
onde sei me confiar;

e então o mundo é janela,
de saudades e de amor,
da vida que passa por ela

e chorando a tua dor,
dou-te as mãos envergonhado
sou poeta e sou escritor.

escrevo p’ra ti este fado
em folhas brancas sem uso
dou por mim apaixonado,

e culpado eu m’acuso
entrego-me nesta prisão
entrego-me a ti, sítio Luso.

25.10.06

Tomas-te nos meus sentidos

... da T.

Sinto-te no meu peito
Como se uma pomba
As asas batessem
Vejo-te no horizonte
Como se fizesses
Parte dele
Escrevo-te em palavras
Pois o silêncio reina
Oiço-te
Entre as ondas
Do mar
Como se um poema
Me cantasses
Cheiro-te entre as
Melhores castas
E degusto-te
No meu cálice
Como se fosses
O melhor dos vinhos

12.10.06

Um taça de amor

Teu corpo repousa
em mim,
na quietude dos momentos
que fizemos,
olho teus olhos desnudados,
a beleza de um corpo suado
do amor qu’inda agora tivemos.

Juntamos nossas mãos
com um sorriso,
nossas taças cheias
de um tinto roxo
reservado,
mosto saboroso
que degustamos
e deixamos nossos beijos
se trocar.

Sinto-te outra vez
a querer voar,
abrir tuas asas de águia
predadora,
devorar o céu
que nos abriga,
levar-me onde imagino
tu vais estar.

E no fim desta cadência
intemporal,
somos outra vez
corpos alados,
planando para além
do imaginário
dando-se sem reserva
sem limite,
sem outro destino
que nós mesmos.

... para ti T ...

2.10.06

O tempo da vida

(para ti, relamp)

E eu por aqui,
sem saber das tuas histórias,
invento-te
como se fosses parte
do meu caminho,
como se percorresse contigo
as estradas que nos levam
à fogueira
onde ao redor nos encontramos
e nas palavras trocadas
trocamos os beijos
e as vontades
de sermos sempre assim,
portos do mesmo barco
desatracando da vida.

14.6.06

Para a Anaea

Frente a esta janela, quadrada,
muda,
soltam-se as tuas palavras
como toalha fina de renda
cobrindo a mesa,
que enches frugal,
preciosa.
São manjares finos,
que ofereces.
Sentado em frente,
nasce a vontade
de um faminto;
estendo meu copo,
aceito a jarra de vinho fimo
com que enches
as almas,
dessedentando
corações
envoltos na poeira
áspera do caminho.
Guardo palavras que restam
levanto a mesa,
resta uma cesta vazia
que sempre volta,
cheia e fresca
dos frutos
que o teu coração
sempre volta a escrever.